terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Chick Corea & Hiromi Uehara

Victor Palla

Bom Natal e Boas Entradas

Mr. Frivolous

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Fernando Lemos - V



Wolfmother - Back Round

João Miguel Fernandes Jorge - Acto ou qualquer outra coisa

Acto ou qualquer outra coisa. Eu sei, aquela mulher
tão tranquila
vendo da janela do quarto o porto
vendo dos barcos o fumo rente aos mastros
eu sei

essa mulher bem podia ter o nome quando
por detrás da janela observa
outras coisas que não são barcos e mastros.

Talvez os homenzinhos de azul despertem seus desejos
ou só o azul desbotado, mas não
não nessa janela nesse porto de cidade que não sei
e ela sabe

envolta no vestido, ruivo o cabelo,
envolta nas madeiras da portada.
O chão deve ranger sob os seus pés.

Pizzas Marco Bellini


domingo, 20 de dezembro de 2009

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

domingo, 13 de dezembro de 2009

Weiferd Watts IV - Allison Jay

The Bravery - This is not the end

Carta de Vieira da Silva a Mario Cesariny - 25/10/79

"Quem poderá responder à sua carta? Só um gato. Nós andamos longe da PALAVRA. Ver as orelhas do gato, as Flores no jardim, as manhãs de nevoeiro e as tardes de outono. Ver de longe o nariz, e imaginá-lo."

Filippo Minelli

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Weiferd Watts III - Carolina Czechowska e Anna Scullard

Erykah Badu - Back In The Day

José de Saramago

"Ergo uma rosa, e tudo se ilumina
Como a lua não faz nem o sol pode:
Cobra de luz ardente e enroscada
Ou vento de cabelos que sacode.

Ergo uma rosa, e grito a quantas aves
O céu pontuam de ninhos e de cantos,
Bato no chão a ordem que decide
A união dos demos e dos santos.

Ergo uma rosa, um corpo e um destino
Contra o frio da noite que se atreve,
E da seiva da rosa e do meu sangue
Construo perenidade em vida breve.

Ergo uma rosa, e deixo, e abandono
Quanto me dói de mágoas e assombros.
Ergo uma rosa, sim, e ouço a vida
Neste cantar das aves nos meus ombros".

Expo'98 Abertura

domingo, 6 de dezembro de 2009

Weiferd Watts II - Rachel Viselli

Shirley Bassey - Light My Fire

Mário Cesariny - you are welcome to elsinore

Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício

Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição

Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita

Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar


Mário Cesariny

Bruno Aleixo - O Caixão


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Weiferd Watts - Misty Copeland

Leonel Moura - Potlatch (1977)

De Phazz - Nu Chic

John Stezaker

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Elene Usdin - VI

Queen - Fat Bottom Girls

Rainer Arnulf (1975)

I eat donuts

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Elene Usdin - V

Gota d'água - Chico Buarque

OPUS A E.P - António Ramos Pereira

Cheguei adiantado à suprema incerteza, o mesmo seria dizer
Que encontrei a mesa de café ainda vazia. Tu estavas talvez em casa
A fazer poemas como quem faz colagens (e não me refiro à sujidade),
Gozando dessa imensa sorte que é passar por original copiando apenas;
Sentado, sozinho, acompanhado somente pelo ruído das conversas
Vou juntando, algures entre o cinzeiro e os guardanapos, não sem deleite
Ideias sobre o que poderás estar a fazer, e ocorre-me esta imagem fabulosa:
Tu, em bicos de pés, dentro de um pijama, a pendurar poemas numa corda
- de estender roupa, fotografias ou jornais, não estou certo -
E a dizeres a ti mesma entre dentes “agora tenho de sair por uns tempos”
Numa reacção digna de um ladrão que, cauteloso, compassa os seus crimes,
Mas não é disso que se trata, creio o que pretendes é dar tempo ao que criaste
Para que possa crescer para além de ti.
Esse faço isolado diz muito sobre o tipo de artífice que és
O que fazes é tanto melhor quanto mais longe dele estiveres.
(Eis uma comparação mais justa: penduras os poemas e sais
Como certo miserável que larga o filho na roda dos enjeitados.)
E”tanto melhor”, claro não tende para o infinito, tenderá no máximo
Para uma existência periférica, hipotecada porquanto dure.
Quando te aperceberes de que nem a nossa ausência vale grande coisa,
Citarás um chinês e de imediato esqueces o que acabas de aprender.
Outro com menos recursos - eu, digamos – ficaria bem mais assustado.

Enquanto isso, na mesma mesa de três pernas e dois crimes estéticos,
Embalo a espera riscando sem critério frases de um caderno,
Quebro o bico do lápis num traço desapiedado, definitivo
E contudo íntimo – com um risco eliminamos várias noites,
Uma frase, saberás, pode valer tanto como uma vida
Ou então mais do que uma moeda furada e fora de circulação.
Mas chega de ironia.

Diesel XXX - Keith Schofield

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

domingo, 15 de novembro de 2009

Elene Usdin - III

Gossip - Love Long Distance

Chiharu Shiota

Pixar VS CollegeHumor

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

domingo, 8 de novembro de 2009

Sandra Suy



Elene Usdin

Nouvelle Vague - dance with me

VII - Guardador de Rebanhos - Alberto Caeiro

Num meio-dia de fim de primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.
Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu era tudo falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque não era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.

Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu pelo primeiro raio que apanhou.

Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas pelas estradas
Que vão em ranchos pela estradas
com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

(...)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

SOULWAX / 2MANYDJS - Bonkers (Dizzee Rascal)

Craig Cowling

Doenças animadas

Elis G


sábado, 31 de outubro de 2009

Arctic Monkeys - Crying Lightning

Juampi Bonino - VII

Momento

Christo Gates in Central Park


terça-feira, 27 de outubro de 2009

Pearl Jam - Dissident

Juampi Bonino - VI

Do Condoms Reduce Sensitivity ?

Van Dyck - Charles I - 1635

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

The Doors - When the music's over


Juampi Bonino - IV

Hans Bellmer


Promessas - Kusturica


domingo, 18 de outubro de 2009

Kings of Convenience - Boat Behind

Juampi Bonino - III

MUTO