terça-feira, 29 de setembro de 2009

Paco de Lucia - Entre dos aguas (1976)

Miroslav Tichý - VI

Sesame Street - ABCDEF...Cookie Monster!

Jan Klimes - baseado na "Ode Marítima" de Fernando Pessoa





Fotos que tirei num museu em Praga, não existe distorção da imagem

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Escândalo - Caetano Veloso

Miroslav Tichý - V

Heaven



'Heaven' was used in the acclaimed skate film Fully Flared directed by Spike Jonze and Ty Evans.

Viver sempre também cansa - José Gomes Ferreira

O sol é sempre o mesmo e o céu azul
ora é azul, nitidamente azul,
ora é cinzento, negro, quase-verde...
Mas nunca tem a cor inesperada.

O mundo não se modifica.
As árvores dão flores,
folhas, frutos e pássaros
como máquinas verdes.

As paisagens também não se transformam.
Não cai neve vermelha,
não há flores que voem,
a lua não tem olhos
e ninguém vai pintar olhos à lua.

Tudo é igual, mecânico e exacto.

Ainda por cima os homens são os homens.
Soluçam, bebem, riem e digerem
sem imaginação.

E há bairros miseráveis sempre os mesmos,
discursos de Mussolini,
guerras, orgulhos em transe,
automóveis de corrida...

E obrigam-me a viver até à Morte!

Pois não era mais humano
morrer por um bocadinho,
de vez em quando,
e recomeçar depois,
achando tudo mais novo?

Ah! se eu pudesse suicidar-me por seis meses,
morrer em cima dum divã
com a cabeça sobre uma almofada,
confiante e sereno por saber
que tu velavas, meu amor do Norte.

Quando viessem perguntar por mim,
havias de dizer com teu sorriso
onde arde um coração em melodia:
"Matou-se esta manhã.
Agora não o vou ressuscitar
por uma bagatela."

E virias depois, suavemente,
velar por mim, subtil e cuidadosa,
pé ante pé, não fosses acordar
a Morte ainda menina no meu colo...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

We Share Our Mother's Health - The Knife

Miroslav Tichý - IV

Pepe Legal

Robi Jõeleht

domingo, 20 de setembro de 2009

Crystal Antlers - Parting Song For The Torn Sky

Miroslav Tichý - III

Tokyoplastic

Labirinto da Saudade - Eduardo Lourenço

Poucos defenderão como Kierkegaard que a derrocada do cristianismo e da cultura que ele animava é apenas fictícia, pois esse cristianismo nunca foi mais, salvo para raros, do que a mascara de um paganismo eterno e inexpugnável.
(…)
Da nossa intrínseca e gloriosa ficção Os Lusíadas são a ficção. (…) o poema é o eco sumptuoso e triste. Já se viu um poema “épico” assim tão triste, tão heroicamente triste ou tristemente heróico, simultaneamente sinfonia e requiem?

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

sábado, 12 de setembro de 2009

George levin - I got somebody new

Dave Schubert - VI

Rua Sésamo - Pesca

"Retrato de Dorian Gray" - Oscar Wilde

-Está satisfeito por me ter conhecido, Mr Gray? – perguntou Lord Henry fitando-o.
-Sim, por agora sinto-me satisfeito, mas interrogo-me se será sempre assim.
-Sempre! Que palavra terrível. Estremeço de cada vez que a ouço. As mulheres gostam tanto de a usar. Estragam o romance com a teima de que deve durar para sempre. E além disso é uma palavra que não significa nada. A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura mais tempo.
Ao entrarem no atelier, Dorian Gray pousou a mão sobre o braço de Lord Henry.
-Nesse caso, que a nossa amizade seja um capricho – murmurou ele, corando pela sua ousadia, e subindo então ao estrado para retomar a sua pose.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ebony Bones - The Muzik

Perdidos!

Janela aberta - Hugo Santinhos Pereira

Pequeno grupo de pássaros
Entraram ontem pela minha janela aberta.
Isto enquanto eu dormia.
No inicio senti-me até bastante agradado,
Pelo chilrear do bando de pássaros.
Parecia um dia de Primavera.

E que muitas cores tinham esses pássaros!

Mas houve qualquer coisa
Que nos incomodou.
Tanto a mim,
Como ao grupo de pássaros.

Alguma coisa nos agitou.

E eles começaram a voar e a voar,
Estranha dança essa.

Mas foi quando começaram a retirar
Pequenos pedaços da minha carne,
Que me fizeram voltar a mim.

Esses pássaros.

Todas as minhas feridas abertas,
Tinham a tua cara,
E todos os meus pássaros
Tinham-me abandonado.

Pela janela aberta.

Miroslav Tichý